
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) foi palco para o primeiro
Encontro Criativo de Fanzine, idealizado pelo movimento Comer Pra Quê.
No dia 19 de abril, cerca de 20 jovens se reuniram para debater sobre a importância da comida como ação política e do empoderamento de uma alimentação consciente. Utilizando os zines como linguagem artística, questões importantes a respeito do que levamos à nossa casa, ao nosso prato e ao nosso corpo, foram abordadas e discutidas.
Os zines são pequenas publicações no estilo “faça você mesmo!”, que são feitas com folhas de papel, máquina de escrever, recortes de revista e desenhos. A artista convidada, Camila Olivia, acredita que com a diversificação de conteúdos e materiais disponíveis nos dias atuais, as zines encontraram uma forma de se popularizar e, com isso, conquistar um número maior de adeptos. “Existem muitas formas de se fazer zine hoje em dia. Porque tem mais acesso a papéis e a gráficas. Existe um movimento que muitas zineiras estão fazendo zines mais ligado a editoras, a um processo mais elaborado de se fazer zines. Enquanto em contrapartida tem as zineiras que fazem nesse estilo mais clássico, em copiadoras e a mão”, explica Camila, uma das idealizadoras do coletivo Maracujá Roxa.
Além do bate-papo informal com as palestrantes e da exibição de vídeos informativos, a turma teve a oportunidade de interagir e trocar conhecimentos sobre suas próprias experiências no universo da gastronomia e da nutrição. Após a introdução do conteúdo e do debate, os jovens presentes foram convidados a participar da construção de suas próprias fanzines.
A partir das discussões propostas no encontro, eles foram capazes de colocar no papel suas próprias percepções sobre o que representa o comer hoje. A mistura de arte e comida provocou diferentes reflexões, particulares a cada um dos jovens ali presente. A estudante de nutrição Cindel Neves conta que com o debate e o exercício de criar sua própria zine, ela entendeu mais sobre seus próprios hábitos alimentares e o que pode fazer para melhorar. “Aprendi que nem tudo que a gente diz que é saudável, é. Eu posso comer só um tipo de legume porque dizem que é mais saudável, só que acaba não sendo porque não tem o resto dos nutrientes”.
Caroline Santos, também estudante de nutrição, contou que devido os recortes e colagens ao fazer a zine acabou por relembrar um pouco da sua infância. Quanto a sua inspiração, a falta de tempo na hora de se alimentar e estar sempre aberto para experimentar os alimentos foram os temas que mais chamaram atenção da jovem. “É importante rever a forma que você olha o alimento. Uma coisa que você não gosta, de repente você pode passar a gostar se for feito de uma forma diferente”, relata.
Para quem deseja mais informações sobre as zines, pode conferir alguns coletivos de fanzines como: Drunken Butterfly, Deixa ela em paz, Cabeça tédio e o Maracujá Roxa. A próxima sessão do Encontro Criativo de zines vai ser no dia 04 de maio. Para mais informações, acesse a página no evento Facebook.
Confira algumas imagens do primeiro Encontro de Fanzine
Por Andressa Alcântara
Galeria de imagens: Hector Santos